Com o mercado aquecido desde o segundo semestre do ano passado, a indústria de implementos rodoviários vive uma crise de desabastecimento de componentes e insumos, que vem prejudicando sua produção e impedindo a oferta adequada de equipamentos para os clientes brasileiros.

Diante desse cenário, a Rodofort decidiu buscar parceiros externos e acaba de receber o primeiro lote de pneus importados da Índia que vão equipar produtos que estavam no pátio aguardando a entrega final ao cliente. Na semana passada a Anfir, Associação Nacional da Indústria de implementos Rodoviários, divulgou balanço mostrando queda nas vendas em abril justamente por falta de componentes, em particular os pneus.

“Nesse momento de escassez é preciso conhecer bem o mercado internacional para saber aonde buscar a melhor solução”, comenta Alves Pereira, diretor-geral da Rodofort. “Nosso departamento de compras mantém-se atualizado sobre a indústria mundial para garantir oferta compatível com a demanda no Brasil”.

Mais quatro contêineres, com total de 1,5 mil pneus, chegarão ao País em julho. Pereira explica que no ano passado a empresa tentou fazer a importação direta, mas as taxas tornaram a operação inviável. Neste ano, a importação está sendo feita com tradings especializadas em comércio internacional.

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“Não teremos produtos customizados por causa da falta de componentes, mas poderemos oferecer diferentes opções para que eles não parem de transportar cargas”, afirma o executivo.

O problema com desabastecimento de peças vem afetando a indústria automobilística em geral desde o ano passado. A falta de semicondutores, por exemplo, já levou a paralisação de linhas de montagem e concessão de férias coletivas em algumas montadoras. A General Motors é um das mais afetadas no momento. A empresa suspendeu a produção da fábrica de Gravataí, RS, em março e só deve retornar em junho.

Na sexta-feira, 7, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, admitiu que os fabricantes de caminhões têm tido dificuldades na compra de pneus, o que tem gerado estoques nos pátios de veículos incompletos. O diretor da Rodofort lembrou que o implemento rodoviário é um bem de capital e, sem ele, o transportador não trabalha. “Por isso é preciso buscar soluções para manter o fornecimento aos clientes”, avalia o executivo.

“Há fabricantes inseridos em países com o clima semelhante ao nosso, como a Índia, e os pneus produzidos nesses locais tendem a sofrer um processo similar de desgaste aos fabricados no Brasil”, explica Pereira, garantindo que a qualidade dos pneus importados melhorou muito ao longo dos últimos anos.

Além da Índia, fabricantes localizados na China e no Vietnã também são opções para novos negócios. “No mundo globalizado ninguém fabrica nada exclusivo para o mercado doméstico. É preciso ter produto adequado para ganhar o mercado externo”, destaca Alves.

Com isso, na prática, a Rodofort desenvolve novos fornecedores, que poderão se tornar mais conhecidos e respeitados no mercado brasileiro, tornando-se opções constantes, mesmo com o mercado equacionado; além de manter o atendimento aos seus clientes nesse momento.


Foto: DivulgaçãoRodofort

Alzira Rodrigues
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