Ocenso de urgência citado várias vezes pelo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ao defender uma política industrial para o setor durante sua posse na semana passada inclui estudos para a produção de semicondutores no Brasil. Motivo de gargalos na produção brasileira e mundial de veículos, o chip – ou melhor, a falta dele – é tema de estudo de um grupo que tem a participação da Anfavea, de fornecedores do autopeças, do governo federal e de universidades.

“Com viés técnico-cientifico, o grupo de trabalho tem partiricpação do governo e do setor produtivo como um todo, incluindo players que têm capacidade e interesse para fazer acontecer”, comentou o Márcio Leite ao falar da perpectiva de o Brasil vir a ser um produtor de semicondutores.

O projeto envolve investimento estimado em R$ 2 bilhões. “Não posso compartilhar algumas informações e outras nem tenho. O que buscamos foi uma organização de todos os interessados no tema semicondutores e posso adiantar que as discussões não visam desenvolver ações de longo prazo. Temos urgência em soluções nessa área e devemos ter novidades nos próximos meses”, destacou Leite, adiantando que a ideia é que fabricantes de componentes eletrônicos abraem a ideia.

O executivo admite que a produção de chips não é algo fácil, mas diz ser este o momento de o Brasil se colocar na rota dos grandes investimentos industriais, especialmente do setor automotivo: “O mundo todo está sofrendo há um ano e meio com a falta dos semicondutores. Temos de evitar que os investimentos serjam direcionados a outros países, como por exemplo o México, que faz divisa com um dos maiores mercados consumidores de veículos do mundo”.

Com o  mesmo espirito desse estudo em torno dos chips, a ideia, segundo o presidente da Anfavea, é criar grupos relativos a outros componentes, como por exemplo borracha. “O Brasil não é autosuficiente nessa área e podemos trabalhar pára aumentar a produção local e, assim, evitar crises de abastecimento”, complementou o executivo.

Durante a coletiva de divulgação dos números de abril na parte da manhã desta terça-feira, 10, o presidente da Anfavea comentou que a crise dos semicondutores deve ser amenizada a partir do segundo semestre deste ano, quando serão abertas duas novas fábricas no mundo – uma na Alemanha e outra na Ásia.

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“A previsão até o final do ano que vem é a de abertura de 29 novas fábricas de semicondutores no mundo. Com isso o problema deve ser amenizado. Mas é importante o Brasil se inserir nesse contexto, atraindo investimentos importante para o seu desenvolvimento econômico”.


Foto: Divulgação/Anfavea

 

 

 

Alzira Rodrigues
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