O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC promoveu no sábado, 23, uma assembleia na sede da entidade para informar os ex-trabalhadores da Karmann-Ghia sobre o andamento do processo judicial e o recebimento dos valores devidos após a venda da massa falida da empresa. Foram seis anos de uma intensa batalha judicial para a obtenção do atual desfecho.
Durante a assembleia, o administrador designado pela Justiça tirou dúvidas sobre a origem do montante arrecadado que será rateado entre os trabalhadores. O departamento jurídico do sindicato explicou os processos judiciais abertos pela entidade e como ficará a situação de cada ex-trabalhador da companhia. Apesar de receberem valores gerados pela venda, os ex-trabalhadores não receberão o equivalente a 100% do que teriam direito diante de uma demissão convencional.
De qualquer forma, o sindicato considera uma vitória dos trabalhadores, visto ser comum o prazo para recebimento de qualquer direito trabalhista proveniente de uma falência ser bem superior aos 6 anos que marcam a batalha judicial em torno da Karmann-Ghia.
Na avaliação do vice-presidente do Sindicato do ABC, Carlos Caramelo, que acompanhou o caso de perto, o resultado conquistado é fruto da união dos ex-trabalalhadores da empresa. “Foi um tempo longo de dedicação, empenho e perseverança nesse processo tão perverso. Remamos num mar muito adverso, teve má-fé dos antigos administradores, foi um momento muito difícil na nossa história de luta, mas chegamos ao final certos de que cumprimos nosso papel que é representar a classe trabalhadora”.
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A falência da Karmann-Ghia foi decretada inicialmente pela Justiça no dia 23 de novembro de 2016, atendendo pedido feito em junho pelo Sindicato do ABC após abandono da fábrica pela direção da empresa, precedido de longo período sem cumprir suas obrigações trabalhistas.
“A medida foi tomada com o objetivo de preservar algum patrimônio para pagar os direitos dos trabalhadores, que já estavam, naquele momento, há mais de um ano sem receber salários e benefícios. O Tribunal de Justiça de São Paulo acabou cancelando esta primeira falência e outra foi decretada em maio de 2019”, informa o departamento jurídico do sindicato, destacando que, na sequência, a luta foi para recuperar bens alienados e desviados pelos dirigentes da empresa.
Divulgação/SMABC/Adonis Guerra
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