O projeto C-Cubed, da Citroën, uma família de três automóveis previstos para o mercado brasileiro até 2024, tem seu primeiro produto nas ruas. A partir desta terça-feira, 30, a rede de concessionárias da marca começa a vender a terceira geração do C3, que do hatch fabricado aqui entre 2012 e 2021 herdou apenas o nome e o local de fabricação, a planta de Porto Real, RJ.
O Novo C3, já produzido e vendido desde o fim do primeiro semestre na Índia, outro mercado que balizou seu desenvolvimento que, segundo a marca — a exemplo dos dois outros futuros veículos que serão apresentados em 2023 e 2024 —, atende às preferências e características dos consumidores não só desses países, mas também das regiões.
Quem olha o Novo C3 identifica rapidamente o que a Citroën quer dizer como atender as “preferências” dos consumidores brasileiros. Sua carroceria claramente remete aos utilitários esportivos, seja pela altura total, o capô pronunciado, ângulos de entrada e saída ou mesmo a altura livre do solo.
A Citroën, assim, não se furta, com boa dose de razão, a afirmar que o hatch tem uma “atitude SUV”. Fora os mais puristas e entendidos, é muito provável que a quase totalidade dos consumidores veja no C3, de fato, uma versão compacta de utilitário esportivo, segmento que hoje responde por praticamente um a cada dois automóveis de passeio vendidos no Brasil.
Ainda assim, na hora de identificar os potenciais concorrentes do Novo C3, Vanessa Castanho, diretora da marca, prefere apontar modelos hatch “B”, como Chevrolet Onix ou Hyundai HB20, e exibir valores abaixo da média dos adversários e que farão o consumidor ponderar bastante no momento de escolher qual veículo levará para sua garagem.
Os preços sugeridos pela Citroën partem de R$ 69 mil e R$ 84 mil, a depender da versão de acabamento e motorização. São cinco no total, três com motor 1.0 flex de 75 cavalos (Live, Live Pack e Feel) e câmbio manual e duas com motor 1.6 flex com opção de transmissão manual (Feel) e automática (Feel Pack).
Para colocar um pouco mais de dúvida na cabeça dos potenciais clientes, a marca oferece ainda uma versão especial de lançamento batizada de First Edition, tanto com motor 1.0 quanto com 1.6. Repleta de itens estéticos que poderão ser adquiridos nas demais opções apenas como acessórios ou opcionais, será limitada a 2 mil unidades e tem preços definidos de R$ 84 mil e R$ 98 mil, respectivamente.
Internamente, merecem destaque o bom espaço para todos os ocupantes e o porta-malas, compatível com o segmento. O desenho do painel, porém, não prega nenhuma revolução, ao contrário: simples, predominam linhas retas, sem rebuscamentos. Destaque para o quadro de instrumentos digital e, especialmente, para o multimídia de 10 polegadas wide screen.
Preços
Novo Citroën C3 Live 1.0 – R$ 68.990
Novo Citroën C3 Live Pack 1.0 – R$ 74.990
Novo Citroën C3 Feel 1.0 – R$ 78.990
Novo Citroën C3 Feel 1.6 16V – R$ 86.990
Novo Citroën C3 Feel Pack 1.6 16V Automático – R$ 93.990
Os revestimento internos e a oferta de itens de série comprovam que não há milagres para compor preços mais acessíveis. O conjunto passa longe do que se via no pioneiro C3 nacional. Ar-condicionado, assistente de partida em rampa e direção elétrica estão disponíveis desde a versão de entrada, mas que só conta com vidros elétricos nas portas dianteiras.
Limpador e lavador de vidros traseiros são de série apenas a partir da Live Pack, versão que sai de fábrica já com o multimídia e chave com telecomando. A topo Feel Pack tem a exclusividade do câmbio automático, além de câmera de ré, rodas diamantadas e volante revestido em couro.
Ao que tudo indica, a Citroën apostou mais no estilo “SUV” do que no nível de conteúdo do Novo C3 para angariar novos consumidores e levar adiante seu plano de quadruplicar vendas no mercado brasileiro até 2024 — passando de 1% há dois anos para 4%.
Após um ano e meio sob o comando da Stellantis, essa meta já não parece tão distante. Mesmo sem o reforço do segundo carro nacional, a linha Citroën, restrita apenas ao C4 Cactus e aos comerciais leves Jumpy e Jumper, acumulou 13,3 mil licenciamentos de janeiro a julho, crescimento da ordem de 14% sobre igual período do ano passado enquanto, na média, o mercado encolheu 12,7%.
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A participação passou de 0,7% em 2020, quando a Citroën ainda contava com o antigo C3 e o crossover Aircross, para 1,3%. Segundo a diretora da marca, para chegar aos 4%, inclusive também na América do Sul, para onde o Novo C3 começa a ser exportado já a partir de outubro, a Citroën se dedicará ao “coração do mercado, onde está a maioria dos consumidores”, os segmentos B e C.
Mas, atualmente, um bom impulso das vendas a marca tem conseguido também com a ampliação de sua rede de revendas. Até o fim deste ano serão 180 pontos, uma cobertura de 80% de todo o território nacional. Em 2019, antes da pandemia da Covid-19 e da constituição da Stellantis, a marca contava com 106 revendas, um crescimento de 70% em três anos, portanto.
Foto: Divulgação
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