O ano da indústria de duas rodas será bem melhor do que os fabricantes imaginavam no início de 2022. Nesta quinta-feira, 13, a Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, revisou pela segunda vez para cima as projeções para a produção, agora estimada em 1,42 milhão de unidades, crescimento de 18,8% sobre as quase 1,2 milhão de motos fabricadas no ano passado.
Até agora a entidade que representa os fabricantes instalados no Polo Industrial de Manaus, o PIM, vinha trabalhando com a perspectiva de fabricar 1,32 milhão, mas os números acumulados de janeiro a setembro e a demanda crescente sinalizaram um cenário ainda mais favorável que, caso confirmado, será o melhor desde 2014, quando mais de 1,5 milhão de motos deixaram as linhas de montagem.
Só nos primeiros meses do ano o setor fabricou 1,06 milhão de unidades, 18,4% a mais do que de janeiro a setembro do ano passado e praticamente o resultado alcançado ao longo de todo 2019 ( 1,1 milhão), período pré-pandemia.
E Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, entende que o resultado poderia ser até superior ao de 2014, caso o setor ainda não enfrentasse dificuldades com o abastecimento de peças e na logística.
“Precisamos produzir umas 100 mil unidades a mais neste fim de ano para pelo menos equalizar com a demanda do mercado interno”, pondera o dirigente, que, entretanto, acha difícil ultrapassar as cerca de 140 mil/mês previstas para o último trimestre.
Em setembro, foi exatamente esse o patamar alcançado: 139,6 mil motos, a melhor marca para o mês desde 2013 e 28,3% acima do apurado em igual mês do ano passado. É também o segundo melhor resultado mensal do ano, apenas 4,3% menos do que o de agosto.
A capacidade produtiva instalada hoje no PIM é da ordem de 1,5 milhão de motos, bem aquém dos mais de 2,1 milhões de unidades produzidas em 2011, ano recorde do setor. Segundo Fermanian, desde então os processos e os próprios produtos se sofisticaram, o que aumentou a complexidade industrial.
Para voltar a produzir mais do que esse volume, portanto, a indústria precisará investir em algumas áreas, reconhece o dirigente. “E já no ano que vem, caso a demanda siga em alta”, alerta.
A revisão da produção, enfatiza Fermanian, se deveu às expectativas positivas para o mercado interno e exportações. A entidade calcula agora que os brasileiros comprarão cerca de 1,35 milhão, 120 mil a mais do que o inicialmente projetado e 16,7% acima dos licenciamentos concretizados em 2021.
As exportações, ainda que historicamente absorvam apenas uma pequena fatia da produção, devem superar os números do ano passado com maior vigor. A Abraciclo projeta agora 59 mil unidades embarcadas contra 56 mil anteriormente, o que significará crescimento de 10,3%.
Foto: Divulgação
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