Ao divulgar os números de julho, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr., disse ser inquestionável o sucesso do pacote do “carro mais barato” criado pelo governo a partir das MPs 1.175 e 1.178, que promoveram descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil para veículos com preço até R$ 120 mil.
O aumento de 20% nas vendas de automóveis e comerciais leves sobre junho, segundo ele, gerou acréscimo de arrecadação de impostos federais e estaduais. A entidade, informou o executivo, está finalizando estudo para apresentar ao governo, em breve, proposta com medidas que garantam a continuidade do crescimento do mercado.
“Do ponto de vista econômico, é muito importante para o País manter as vendas aquecidas. Por isso, a Fenabrave acredita ser necessária a criação de um plano sustentado de recuperação do setor automotivo que não seja temporário e não envolva perda de arrecadação de impostos. A ideia é ter mecanismos de crédito que permitam ao consumidor readquirir poder de compra”.
O resultado do segmento de leves em julho, com mais de 215 mil emplacamentos, é o melhor desde dezembro de 2020 e o 10º melhor para o mês no ranking histórico da Fenabrave. O pacote do governo, na avaliação da entidade, beneficiou principalmente os compradores de veículos de entrada, que formaram a grande maioria das negociações e estavam sem acesso ao 0 km.
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“O desafio, a partir de agora, é encontrar formas para manter este mercado aquecido, e o crédito é um dos principais desafios”, analisa Andreta Jr. “Apesar dos incentivos federais, a arrecadação fiscal deve ter sido ampliada pelo maior volume de veículos comercializado. Isso vale para o governo federal e mais ainda para os estaduais, que não concederam descontos, e tiveram, portanto, ganho integral na arrecadação do ICMS”.
Publicada no dia 6 de junho, a MP 1.175 acabou gerando negócios só no final daquele mês e início de julho.
“Há um intervalo de cerca de 15 dias entre o fechamento do negócio na concessionária e o emplacamento do veículo, razão de grande parte dos negócios terem ocorrido no mês passado”, explicou o presidente da Fenabrave, informando que as vendas diárias atingiram 10 mil unidades em julho, ante cerca de 8,5 mil em junho.
Com acréscimo de R$ 300 milhões definido na MP 1.178, os incentivos federais totalizaram R$ 800 milhões para o segmento de veículos leves. Além dos descontos oficiais, as montadoras e as concessionárias também participaram das promoções, assim como os bancos das montadoras, que reduziram taxas no período.
Foto: Divulgação/Fenabrave
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