O semipesado rodoviário Atego ganhou o Pacote Robustez, normalmente encontrado nas versões fora de estrada da marca.
Por Lael Costa
A Mercedes-Benz já tem pronta uma de suas novidades para mostrar na Fenatran 2017, feira de negócios do setor a ser realizada de 16 a 20 de outubro no São Paulo Expo, na Capital paulista. A família de semipesados para aplicações rodoviárias Atego ganhou o que a fabricante chamou de Pacote Robustez, no qual inclui componentes habitualmente encontrados nas versões fora de estrada da gama.
A montadora introduziu itens como grade de proteção do conjunto ótico, para-choque dianteiro tripartido, maior ângulo de entrada e adoção de pneus de uso misto 295R/80R22,5 em vez do 275/80R22,5, o que contribui para elevar a altura do caminhão em 30 milímetros.
A engenharia da marca também deslocou o posicionamento da placa dianteira, tirou do centro e a colocou à esquerda para facilitar o acesso ao pino do cambão (acessório fundamental para tirar o veículo de atoleiros), como também alterou o posicionamento do pisca auxiliar, instalando-o sobre o fim do para-lamas, atrás da porta, medida para evitar quebras. As novidades são disponíveis para os veículos 4×2 e 6×2 com cabines simples ou estendidas.
As adequações apresentadas pela Mercedes-Benz foram consequências provenientes de necessidades específicas da Via Lácteos, empresa de Matêlandia (PR) focada no transporte de leite. Da zona rural aos centros de distribuição ou para as indústrias de processamento, os veículos da companhia frequentemente encontram estradas de chão e nem sempre em boas condições.
“Esta é uma típica aplicação para semipesados, categoria muito adequada à realidade brasileira, responsável por 30%, em média, do mercado de caminhões”, diz Marcos Andrade, gerente de produto caminhões da montadora. “Os semipesados não está tanto nas rotas de grandes distâncias, mas entre as zonas rurais e os centros urbanos de distribuição.”
Antes somente para atender o pedido da Via Láctea, o Pacote Robustez acabou se transformando em opção de prateleira da fabricante. A Mercedes-Benz enxergou ali argumentos para atrair outros potenciais clientes com as mesmas necessidades.
Economia – Com esta configuração, a transportadora paranaense adquiriu vinte caminhões Atego – dez unidades da versão 2426 6×2 e o restante de 1719 4×2. “É muito alta a exposição dos veículos a estradas precárias. Por isso, a simplicidade e o baixo custo operacional, com consumo de diesel e manutenção, são características que mais exigimos”, resume Márcio Bragatti, supervisor de frota da Via Lácteos.
Segundo Bragatti, os caminhões já entregues pela Mercedes-Benz com esta nova configuração já estão apresentando resultados positivos na operação. Ele conta que antes dos Atego, a média de consumo em uma rota em Giruá (RS) era de 3,17 km/l, agora passou a 3,89 km/l, um ganho de 23% com o 1719. “Também obtivemos mais economia em Xanxerê, em Santa Catarina. A nossa média era de 2,43 km/l e com os Atego 2426 subiu para 2,56 km/l”.
Foto: Divulgação Mercedes-Benz