Diante da proximidade da votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, três montadoras do Sudeste e Sul – Volkswagen, General Motors e Toyota – voltaram a publicar carta aberta contestando a prorrogação até 2032 dos benefícios para produção de veículos a combustão no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Sem citar o nome da Stellantis, que tem fábrica em Goiana, PE, elas revelam que com a prorrogação indistinta dos incentivos ao setor automotivo da região até 2032, “o Brasil deixará R$ 5 bilhões por ano nos cofres de uma única empresa privada até 2032”.
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Com esse dinheiro, complementam, daria para construir 1,6 mil creches, 1,6 mil hospitais de campanha ou 2.550 escolas por ano. No título da carta (veja foto abaixo), dirigida aos deputados e deputadas, as três montadoras questionam: “Com a urgência por um mundo mais sustentável, é correto continuarmos com incentivos tributários para produção de veículos à combustão no Brasil”.
Concluem o texto dizendo que “para corrigir distorções que não interessam à população brasileira, contamos com o seu voto para excluir os parágrafos 3º e 4º do artigo 19 da PEC 45”.
Conforme explicou na noite de segunda-feira, 11, o CEO da Volkswagen no Brasil, Ciro Possobom, na primeira investida contra o citado artigo as três montadoras também pediam a exclusão do parágrafo específico da prorrogação dos benefícios para novas tecnologias, ou seja, para o desenvolvimento de modelos híbridos e elétricos na região.
A partir de negociações desenvolvidas após a divulgação da primeira carta aberta publicada na primeira semana de novembro, houve concordância em manter a manutenção de incentivos para novas tecnologias no Nonrdeste, o que favorece a BYD, que no final do ano que vem inaugura fábrica em Camaçari, BA, exlusivamente para produzir modelos eletrificados.
Na prática, como argumentou Possobom, os incentivos para motores a combustão beneficia uma única empresa, no caso a Stellantis, que produz em Pernambuco modelos da Jeep, Fiat e Ram.
Segundo o CEO da VW, cada carro produzido em Pernambuco tem custo R$ 20 mil abaixo dos similares do Sul e Sudeste. Por isso a defesa de uma reforma tributária justa e isonômica, com regras claras e válidas igualmente para toddos.
Importante lembrar que no início deste mês de dezembro, Stellantis, Caoa e HPE (Mitsubishi) lançaram carta aberta defendendo a prorrogação de 2025 para 2032 dos citados benefícios.
Foto: Divulgação/Stellantis
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