A produção de veículos em abril acompanhou o mercado interno, com total de 222 mil unidades entre leves e pesados nos dois casos. Mas as montadoras poderiam ter fabricado volume maior não fossem a expressiva alta das importações e a queda de 16,4% nas exportações no mês. Houve, inclusive, aumento de estoque no setor.

Dados divulgados pela Anfavea nesta quarta-feira, 8, indicam venda de 126,5 mil veículos importados no quadrimestre, expansão de 43,4% sobre os 88,1 mil do mesmo período do ano passado. No mesmo comparativo, o mercado em geral teve alta de 13,6%, atingindo 609 mil unidades, e a demanda por modelos nacionais de 11,9%.

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As compras na Argentina no acumulado de janeiro a abril ficaram estáveis na faixa de 56 mil a 57 mil unidades, enquanto as realizadas na China cresceram expressivos 633% no quadrimestre, de apenas 4,7 mil para 34,5 mil unidades. A participação do país vizinho caiu de 64% para 45% e dos veículos chineses saltou de 5% para 27%.

Só em abril foram 36,3 mil unidades importadas comercializadas internamente, das quais 10,3 mil vindas da China, com participação de 16,4% nas vendas gerais, informou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.

O volume de venda de importados poderia ter sido ainda maior não fossem os 47 mil veículos retidos nos portos por causa da operação tartaruga deflagrada pelos servidores do Ibama no início deste ano reivindicando melhores salariais e de condições de trabalho.

Com exceção dos elétricos, os demais carros, inclusive os híbridos, têm de passar por aprovação no instituto no que diz respeito a emissão de poluentes. A liberação dos automóveis, segundo Lima Leite, está demorando em torno de 20 dias, bem acima da média normal.

Vindos principalmente da China, os modelos eletrificados atingiram venda de 51,3 mil unidades no primeiro quadrimestre do ano, ante as 93,9 mil do ano passado inteiro. O segmento caminha para ficar entre 150 mil a 180 mil unidades no ano.

Os principais importadores de carros chineses atualmente são a BYD e GWM, ambas com projeto de investimento em fábricas locais, respectivamente em Camaçari, BW, e Iracemápolis, SP.

Lima Leite admite que o quadro atual requer atenção, mas disse que a Anfavea não vai revisar por enquanto as suas projeções para o ano. “A alíquota de importação dos eletrificados está sendo retomada gradualmente e terá nova alta em julho. Acreditamos que a tendência será de equilíbrio”.

Com relação aos estoques, a Anfavea informou que os volumes passaram de 222,3 mil em março para 242,6 mil em abril, equivalentes a, respectivamente, 30 e 33 dias de produção. “O crescimento maior foi no pátio das montadoras, mas isso tem a ver com lançamentos programados para breve que requerem volume maior para abastecer a rede”, informou o presidente da entidade.


 

 

Alzira Rodrigues
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