Dos mais de 31,1 mil veículos leves totalmente elétricos vendidos no Brasil no primeiro semestre de 2024, quase 27 mil pertencem a quatro marcas de origem chinesas — BYD, GWM, JAC e, por meio de parceria com o Grupo Caoa, a Chery — e outros 2,1 mil levam o logotipo da Volvo, integrante do Grupo Geely, também chinês.

Ou seja, mais de 29,1 mil veículos, 93% de todos os elétricos vendidos no período, ou foram montados na China ou têm capital chinês em sua origem.

Só os modelos da BYD responderam por 22,4 mil licenciamentos, 72% do total, enquanto a GMW, com 3,7 mil, por 11,8%, aponta levantamento da Fenabrave.

Não é de se estranhar, portanto, que as montadoras representadas pela Anfavea são as mais interessadas em restringir as importações de carros elétricos por meio de taxação de importação a mais elevada possível. No caso brasileiro, hoje, de 35%.

A soma de licenciamentos de elétricos de pelo menos um dúzia delas esbarra em inexpressivos 2 mil unidades nos seis primeiros meses do ano, média mensal de 500 veículos ou algo no entorno de 40 carros ou comerciais leves por empresa.

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A marca “não-chinesa” que mais vendeu elétricos no Brasil de janeiro a junho foi a Renault, que negociou 613 unidades, seguida da BMW, com 467 veículos, Peugeot, 345 licenciamentos, e Ford, 161.

Tirando essas três e atualizando a conta restam apenas perto de 400 veículos negociados por outras seis empresas. Dentre elas, as tradicionais generalistas Fiat, Volkswagen e General Motors.

A Fiat, líder de vendas no País com 22,5% de participação, oferece somente dois veículos a bateria. O subcompacto e500 custa nada menos do que R$ 215 mil e o utilitário eScudo, a partir de R$ 335 mil.

O primeiro teve apenas 5 (cinco!) emplacamentos e o segundo, 4 (quatro!), segundo a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico. Ou seja, 9 veículos entre os quase 220,7 mil negociados pela marca.

A Volkswagen não foi muito além ao negociar 54 elétricos, sendo 53 do modelo ID.4, disponível somente por programa de assinatura, e 1 ( um!) do ID Buzz, ainda apenas um instrumento de marketing da marca.

A GM, uma das maiores defensoras do carro totalmente elétrico e que um dia disse que passaria diretamente dos modelos a combustão para os 100% a bateria no mundo, colocou nas ruas somente brasileiras 53 unidades de três modelos Chevrolet.

O de maior “sucesso”, o Bolt EUV Premier, que custa algo como R$ 280 mil, teve 28 emplacamentos.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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