Em assembleia unificada com os dois turnos da fábrica de São José dos Campos, SP, os trabalhadores da General Motors decidiram nesta segunda-feira, 16, rejeitar proposta da montadora referente à campanha salarial deste ano.

Os metalúrgicos aguardam a retomada das negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos da região e, caso isso não ocorra, eles ameaçam decretar greve a partir desta terça-feira,  (17), às 5h30, quando acontecerá nova assembleia.

Segundo o sindicato, houve uma série de reuniões com a GM, mas as duas propostas apresentadas pela montadora foram amplamente rejeitadas pelos metalúrgicos.

Na primeira, a montadora ofereceu um acordo coletivo com vigência de um ano, reajuste salarial referente ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) da data-base (3,71%) mais 1% de aumento real, além de vale-alimentação de R$ 500 e PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de 2025 correspondente ao mesmo valor de 2024 corrigido pelo INPC.

Nesse contexto, a GM não garantiria investimentos na fábrica de São José dos Campos, “na contramão do que ela mesma anunciou no início do mês”, informa o sindicato.

Na segunda proposta, a montadora ofereceu um acordo coletivo com vigência de dois anos, com reajuste salarial correspondente apenas à reposição da inflação, sem aumento real, vale-alimentação de R$ 700 e PLR fixa de R$ 20 mil em 2025, com o mesmo valor corrigido pelo INPC em 2026. Nesse caso, a planta do interior paulista seria considerada em futuros investimentos e contratações.

“Os trabalhadores estão revoltados com a postura da General Motors e estão dispostos a paralisar a produção por tempo indeterminado para defender seus salários e direitos. Para não ser acusado de intransigente, o Sindicato deu um prazo para a direção da companhia se manifestar. A bola está agora com a GM”, relatou o presidente em exercício do Sindicato, Valmir Mariano.

A planta da GM em São José dos Campos tem cerca de 3.250 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer. De acordo com o sindicato, “os operários exigem aumento real de salário e renovação do acordo coletivo sem ameaças veladas”.


Foto: Divulgação/SMSJC

Alzira Rodrigues
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