Carlos Tavares, um dos mais aclamados — se não o mais — líderes da indústria automobilística mundial da última década, não seguirá à frente da Stellantis a partir de 2026.

O gigante conglomerado de quinze marcas formado em 2021 muito pelo esforço do próprio executivo portguês, que desde 2014 comandava a PSA Peugeot Citroën e negociou a fusão com a FCA, Fiat Chrysler Automobiles, anunciou sua aposentadoria no fim de 2025.

A Stellantis disse, em comunicado, que o novo ocupante da cadeira de CEO será nomeado dentro de aproximadamente um ano, no transcorrer do último trimestre de 2025, após avaliação de comitê especial liderado por John Elkann, presidente do conselho de administração.

Além de oficializar a saída de Tavares, a Stellantis promove outras importantes mudanças em postos-chave de sua estrutura global. Dentre elas, a nomeação de Antonio Filosa, executivo com larga passagem pela FCA e Stellantis na América do Sul, como novo diretor de operações da América do Norte, cargo que passa a acumular com o comando global da marca Jeep.

Filosa substitui a Carlos Zarlenga, outro executivo bem conhecido da indústria brasileira por comandar a operação local da General Motors há alguns anos, mas cujo futuro dentro do grupo não foi anunciado.

Na Europa, Jean-Philippe Imparato passou a diretor de operações, além de seguir como CEO da divisão Pro One. Gregoire Olivivier, que vem respondendo pela integração da Leapmotor ao grupo, assumiu também as operações chinesas.

 

Santo Ficili, até agora responsável por vendas das duas marcas na Itália, comandará globalmente a Alfa Romeo e a Maserati. Doug Ostermann, ex-COO na China, passa a respomnder pela área financeira, substituindo a Natalie Knight, que estava no cargo há apenas um ano.

A Stellantis também decidiu que Arnaud Deboeuf responderá pela divisão de manufatura, estrutura que passa a organizar as relações com a cadeia de suprimentos, atribuição até agora da área de compras.

Encrencas na América do Norte

A saída de Tavares do principal cargo executivo da Stellantis guarda relação direta com os resultados financeiros recentes e considerados insuficientes na América do Norte, segundo maior mercado do grupo depois da Europa, após números globais nos primeiros dois anos que fizeram inveja a outros grandes fabricantes.

Com lucros menores e estoques de veículos elevados nas concessionárias no último ano, Tavares empreendeu recentemente sequência de visitas aos Estados Unidos para tentar contornar o descontentamento dos acionistas,  incomodados ainda pela revisão para baixo das projeções de lucro em 2024, além da bronca dos revendedores que viram reduzir faturamento e dos trabalhadores temerosos por seus empregos


Foto: Divulgação

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