Animado com o lançamento dos dois primeiros híbridos leves da Fiat no Brasil, o presidente da Stellantis para a América do Sul, Emanuele Cappellano, não se furtou a falar de nenhum assunto durante entrevista que concedeu a um pequeno grupo de jornalistas nesta quarta-feira, 5.
Do excesso de estoque no mercado norte-americano até a busca pela nacionalização de componentes no Brasil para atender às novas tecnologias que estão chegando, o executivo abordou temas variados, garantindo que já no próximo ano a Stellantis colocará novos híbridos leves no mercado brasileiro.
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Guardou segredo, contudo, sobre o cronograma dos lançamentos, não revelando sequer a próxima marca a ser contemplada com versões Bio-Hybrid. Só admitiu que a Stellantis vai manter a média de lançamento dos últimos anos, apresentando entre 12 a 15 novidades em 2025.
Sobre a nova tecnologia, Cappellano garantiu haver interesse da indústria brasileira de autopeças na localização de componentes e informou que a Stellantis trabalha com fornecedores locais em projetos que envolvem a montagem de baterias no País.
“No âmbito da eletrificação, as baterias são um desafio. Elas terão de ser cada vez mais econômicas e mais sustentáveis”, comentou.
O Brasil sedia o desenvolvimento mundial da tecnologia híbrido flex do grupo, podendo, assim, tornar-se um exportador de soluções nessa área para os demais países nos quais a Stellantis atua.
Cappellano lembrou que o centro de engenharia de Goiana, PE, já atende outros países. “Desenvolvemos lá o software de calibração do motor que é exportado para outras unidades nossas”.
Com relação ao mercado internacional, o executivo entende que os problemas com excesso de estoque nos Estados Unidos começam a ser resolvidos pela montadora. No Brasil, em contrapartida, o negócio vai bem. Com capacidade total para 1 milhão de veículos, a Stellantis tem operado praticamente sem ociosidade, vendendo tudo que produz.
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Na avaliação de Cappellano, o mercado brasileiro seguirá crescendo no ano que vem, algo da ordem de 5%, e a tecnologia híbrida vai ganhar cada vez mais espaço, porém o carro 100% elétrico evoluirá em ritmo menor: “Atualmente o elétrico é o segundo carro da família. Não é uma realidade do brasileiro e ainda falta infraestrutura para atender esse tipo de veículo”.
Reafirmou, contudo, que o investimento de R$ 30 bilhões no Brasil contempla a produção de um modelo totalmente elétrico a bateria e, dentre outros assuntos, comentou sobre a invasão dos carros chineses no mercado local: “O complicado é se houver dumping. Em condições iguais, a concorrência é sempre saudável”.
Foto: Divulgação/Stellantis
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